Muitas pessoas acreditam que o campo e a cidade são mundos isolados, mas essa percepção está longe da realidade.
Aqui está como a sociedade urbana, ao longo dos anos, tem negligenciado o campo, desvalorizando-o e, muitas vezes, ignorando a importância vital que exerce para o sustento e o desenvolvimento da humanidade.
Cidade: associada à indústria, tecnologia, progresso, educação formal, ciência e modernidade. Campo: associado à natureza, agricultura, tradição, trabalho manual, e até mesmo ao atraso. Essa oposição é hierárquica, não apenas diferente — o urbano é supervalorizado e o rural inferiorizado.
Isso se refere ao modo como o sistema urbano-industrial, em muitos contextos, desvaloriza a cultura rural, os saberes tradicionais, o modo de vida do campo, e explora seus recursos naturais e humanos sem o devido reconhecimento ou retorno. É o campo sendo explorado economicamente, mas excluído social e simbolicamente.
a) Culturalmente Estigmatização do sotaque, do modo de vestir, do estilo de vida rural. Desvalorização dos saberes populares e da agricultura familiar. Mídia reforçando estereótipos do campo como ignorante ou caricatural. b) Politicamente Políticas públicas urbanocêntricas: foco em infraestrutura urbana, enquanto o campo carece de escolas, hospitais, estradas, internet. Falta de voz política efetiva para trabalhadores rurais e comunidades tradicionais. c) Economicamente A cidade se beneficia da produção rural (alimentos, matérias-primas), mas retém os lucros, a tecnologia e o controle de mercado. A agricultura camponesa sofre com falta de apoio técnico, crédito, e enfrenta grandes latifúndios e agronegócio. d) Ambientalmente O campo é explorado por interesses urbanos (como extração de recursos, hidrelétricas, monoculturas), com impacto negativo para quem vive lá.
Quando o campo é negligenciado — com falta de infraestrutura, saúde, educação e oportunidades — muitos migrantes deixam o campo em busca de melhores condições na cidade. Isso gera: Crescimento desordenado das periferias urbanas Favelização, pobreza urbana e falta de moradia digna Aumento da desigualdade social nas cidades Pressão sobre serviços urbanos (transporte, saúde, saneamento)
O campo é responsável pela produção de alimentos, especialmente por meio da agricultura familiar. Quando o campo é desprezado: Pequenos agricultores abandonam suas atividades. A produção de alimentos locais diminui. O país se torna dependente de grandes corporações e monoculturas, que priorizam exportação. O preço dos alimentos sobe, e a qualidade nutricional da população piora.
As comunidades rurais preservam saberes, línguas, culinária, festas e modos de vida únicos. Sem apoio, muito desse patrimônio imaterial desaparece com o tempo.
Com menos incentivo ao campo sustentável, aumentam práticas agrícolas predatórias. Além disso: Desmatamento descontrolado. Erosão do solo e uso excessivo de agrotóxicos. Perda da biodiversidade.
Problema | Consequência | Reflexão Final |
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Desvalorização do campo | Êxodo rural, envelhecimento da população no campo, perda de saberes tradicionais | A cidade esquece que sua base está no campo: comida, água, recursos e equilíbrio |
Prioridade ao crescimento urbano | Expansão desordenada, poluição e desigualdade territorial | O progresso urbano não pode existir sem a força silenciosa e produtiva do rural |
Falta de investimentos e incentivos rurais | Produção comprometida, dependência de importações, insegurança alimentar | Valorizar o campo é garantir soberania alimentar e desenvolvimento sustentável |